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Qual o meu lugar no mundo?

Foto do escritor: Pensamentos com a PsiquePensamentos com a Psique




O MEU LUGAR NO MUNDO

Ter uma compreensão do meu lugar no mundo é uma tarefa que nos traz desafios. Num geral, temos maior conhecimento do lugar que não ocupamos. Quando não temos a percepção nítida de qual é o nosso lugar, vamos nos inserindo em lugares idealizados e projetados pelo ego. Isso nos gera um sentimento de competição, inadequação e, por muitas vezes, de tristeza e incapacidade. Com o olhar apenas do ego, a vida segue como se fosse necessário muito esforço, realizando uma luta por controle. Temos a sensação de estarmos disputando espaço. E realmente estamos, pois estamos ocupando um lugar que não nos pertence.

Para começar a olhar para o nosso lugar, precisamos olhar para trás por um momento. É preciso compreender quais são os lugares dos demais que estão em nossa vida e, principalmente, qual é o lugar de cada um em nossa família. Para isso, é preciso contemplar o que nos foi passado, quais as crenças hereditárias, quais as heranças emocionais, quais são os legados da nossa família.

Já está relativamente sabido que nossa base subjetiva e corpórea é nossa família, no entanto, precisamos também incluir as gerações anteriores nesse sistema familiar. O que nos constituí hoje se construiu em outras gerações. Cada integrante do sistema familiar, quando nasce, garante seu lugar na família. Este lugar é bem definido. E mesmo parecendo evidente, é importante ressaltar que nosso lugar é depois de todos que vieram antes e antes de todos os que ainda virão. Este lugar não pode ser trocado ou ocupado por outro membro. Mas, então, o que acontece que nos sentimos fora de lugar na nossa família ou na nossa vida?

O primeiro lugar que ocupamos em nossa vida, é o lugar de filho. Se este lugar permanece fora de posição, isso nos gera os conflitos já mencionados. Para avaliarmos nossos sentimentos, precisamos ter um olhar aos nossos pais. Avaliar com muito cuidado como é nossa relação com eles, o que ainda esperamos deles, o que ainda julgamos deles como pais ou mesmo como casal.

Uma questão inegável é que recebemos a vida através de nossos pais. Mesmo que um eles – ou ambos – não puderam estar presentes (física ou emocionalmente). Mesmo que um deles foi, aos nossos olhos, uma pessoa “ruim”, ausente, “malvada”, infeliz. Nosso olhar de julgamento coloca nossos pais num lugar de pequenos e incapazes e, por consequência, nos colocamos num lugar “grande”. Num lugar de que somos melhores, de que fazemos melhor do que eles e, assim, num lugar de queixa. Com isso, acreditamos que não recebemos aquilo que precisávamos ou que não recebemos o suficiente deles.

É a partir desse sentimento que construímos nossa base subjetiva e através dele é que construímos a base para as demais relações ao longo da vida. Para modificarmos esse sentimento de inadequação é necessário mudar nossa perspectiva.

COMO MODIFICAR MEU OLHAR?

Você precisa se observar. Observe como você se coloca nas relações. Costuma se envolver em questões que não são suas, se ocupa com problemas que não são seus?

Sem nos darmos conta queremos resolver tudo e nos sentimos cansados e sempre injustiçados. Injustiçados porque acreditamos oferecer bastante e não recebermos o suficiente.

Essa postura está relacionada como nos colocamos frente a nossos pais. Faça uma reflexão profunda e avalie se você está julgando um de seus pais, principalmente sua mãe. Você gostaria que ela tivesse feito escolhas diferentes das que ela tomou em relação a sua profissão, relacionamentos e demais membros da família, por exemplo?

Essa postura nos faz acreditar, inconscientemente ou não, que somos capazes de fazer melhor do que ela. E a partir daí nutrimos um afastamento emocional como forma de defesa de um sentimento gerado na infância de que não recebemos amor suficiente.

Te convido para começar observando esse sentimento e ao encontro dele busque sinceridade e humildade. Busque olhar um pouco mais e amplie a sua relação com sua mãe dentro de um sistema maior, dentro de um sistema de possível repetição de valores e padrões familiares. Pesquise como foi a relação de sua mãe com seus pais, o que aconteceu de significativo em sua vida, quais perdas teve. Sinta (em seu corpo) como é ela, antes de ser sua mãe, uma mulher, uma filha. E veja o que isso produz em você.

AMPLIANDO OLHARES

Permanecendo numa perspectiva sistêmica, podemos nos comprometer a investigar nossa história familiar e descobrir se demais membros possuem/possuíam esse sentimento igual ao seu. Se há histórias não contadas, filhos/irmãos não reconhecidos.

O convite é compreender que fazemos parte de um todo maior e que estamos interligados com fatos que não temos autoridade e que fazem parte de nós, querendo ou não, concordando ou não, gostando ou não. É importante perceber que estar no nosso lugar trata-se, acima de tudo, de uma postura interna. E quando experimentamos esta postura e podemos ficar apenas no nosso lugar, sentimos paz. Podendo aceitar e receber tudo que aconteceu em nossa história e na história de nossos ancestrais. Nesta postura somos preenchidos pela força que flui através de todos os nossos antepassados e conseguimos, então, fazer o que precisa ser feito com mais leveza. Estes são os resultados quando nos colocarmos e permanecemos no nosso lugar.

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1 comentário


fabyribeiro.as
26 de mar. de 2019

Adorei ,Leticia .

Vou acompanhar as publicações

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